“Somos responsáveis por guardar as arcas do tesouro. Mas, ao contrário dos piratas, não escondemos a riqueza na caixa de madeira. Somos piratas às avessas, pois nossa função é distribuir essa preciosidade para o maior número possível de pessoas. O que a arca contem? Livros.”
Morador em Massuas, às margens do rio São Francisco, Ranulfo é um dos 14.000 agentes voluntários que atuam no programa do Governo Lula.
“Fico feliz por ter sido escolhido o agente da comunidade. Há um ano trabalho com a alfabetização de adultos. Agora, além de ensinar a ler, posso indicar livros para que eles pratiquem o aprendizado da sala da aula. Ver um trabalhador rural, com as mãos calejadas do plantio de milho e feijão, saindo da biblioteca com uma enxada em uma mão e um livro na outra é uma cena emocionante. Ela mostra que estamos saciando a fome de leitura”, orgulha-se o agente da comunidade de Massuas.
No município de Vau das Flores, o agricultor David Soares conta que a biblioteca mudou a rotina de sua família.
“Antes eu passava o dia na lavoura e à noite saía para encontrar com os amigos. Hoje, quando saio de casa para trabalhar, meus três filhos pedem que eu volte para ler um livro de estórias. Tenho esse compromisso com eles e comigo.”
Além de estimular a leitura nas comunidades rurais, o programa atua, em parceria com a Secretaria de Defesa Social de Minas Gerais, no processo de capacitação de presos da Penitenciária Dênio Moreira de Carvalho, no município de Imbapa.
O assessor do MDA no estado, André Martins, diz que os presos já produziram 190 estantes bibliotecas e que o material utilizado na confecção das arcas é fruto de apreensões de cargas de madeiras ilegais.
“É uma iniciativa muito importante porque, através deste trabalho, os detentos aprendem um ofício e reduzem o tempo de permanência na penitenciaria. Para cada 3 dias de produção, eles têm 1 dia de remissão de pena.”
Para doar livros ou inscrever sua comunidade no Arca das Letras, entre em contato com a coordenação do programa pelo endereço arcadasletras@mda.gov.br.
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