O Brasil perdeu, desde 2008, quase 21.000 hectares de Mata Atlântica – mais da metade (12.500 hectares) em Minas Gerais. As novas áreas de desmatamento foram identificadas pelos satélites do Instituto de Pesquisas Espaciais (INPE) em nove dos 17 estados de ocorrência original do bioma e já sumiram dos mapas do Atlas dos Remanescentes Florestais da Mata Atlântica, cuja última atualização foi divulgada ontem pela ONG SOS Mata Atlântica.

O documento consolida os dados das regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste que concentram 72% da área de cobertura da Lei da Mata Atlântica. Os dados sobre os estados nordestinos não foram atualizados porque formações de nuvens comprometeram as imagens de satélite.

A observação de 20% do território de Minas Gerais também ficou comprometida pelas condições meteorológicas, o que significa que o índice anual de desmatamento da Mata Atlântica no estado pode superar os 15% identificados no levantamento divulgado ontem. Mais de 27.000 hectares do território mineiro – 46% do total – eram cobertos pela mata. Hoje restam menos de 3.000 hectares cobertos – 9,64% da vegetação original.

O Paraná é o segundo estado que mais perdeu área de Mata Atlântica, mas o índice de desflorestamento diminuiu de 19%, no período 2005/2008, para 10,52%, entre 2009/2010. O Rio Grande do Sul, ao contrário, acelerou o ritmo da destruição e desflorestou 83% a mais nos últimos dois anos em comparação ao biênio anterior. O estado possuía quase 14 milhões de hectares de Mata Atlântica. Hoje restam pouco mais de um milhão.

“No caso de Minas Gerais e do Rio Grande do Sul, é preciso que os governos federal e estaduais atuem firmemente, acompanhados sempre de perto pela sociedade, investindo em educação ambiental e em políticas públicas para valorizar a floresta”, alerta a coordenadora do Atlas pela SOS Mata Atlântica, Marcia Hirota.

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